No último sábado (12), o
Núcleo de Estudos Transdisciplinares em Educação (NETE) da Universidade Federal de
Sergipe (UFS), a partir do grupo de pesquisa Observatório de Educação, coordenado
pela professora Dra. Sonia Meire, realizou na comunidade Quilombola da Mussuca,
no município de Laranjeiras, a segunda etapa de execução do projeto Formação de
Educadoras (es) na Escola Municipal Prefeito José Monteiro Sobral.
O projeto visa
contribuir com o processo de formação de professores (as) e demais
trabalhadores da educação, que atuam no campo sergipano a partir da História e
Cultura Afro-Brasileira. Nessa perspectiva, o período da manhã foi discutido com
os sujeitos presentes, questões ligadas à formação sociocultural da população
negra brasileira, a partir do legado teórico construído pelo cientista social Clóvis Moura. No período da tarde, o tema que norteou a formação foi sobre o
surgimento da Impressa Negra no Brasil.
Para Matheus Pacheco,
componente do grupo e estudante do curso de Pedagogia da UFS, “os trabalhadores
da educação e os moradores da comunidade local estão entusiasmados com o
trabalho que estamos desenvolvendo. E esse entusiasmo se reflete em um processo
mútuo de formação, pois, ao mesmo tempo em que transmitimos conhecimento,
também recebemos o mesmo”.
Após as discussões os
participantes do projeto reuniram-se em grupos para uma avaliação sobre o que
foi produzido no dia, e já apontando a perspectiva de organização do calendário
de atividades para o próximo ano, 2016.
"Esse momento de
formação que estamos passando aqui é ímpar. Agora estamos entendendo as
contradições socioeconômicas e raciais que estruturam a sociedade brasileira, e
que por sua vez, desencadeia na prática do racismo sofrido historicamente pela
população negra. Hoje entendemos que boa parte das técnicas desenvolvidas na
agricultura fora desenvolvidas na África e trazidas no período em que o negro
foi jogado na condição de escravo. Mas o racismo institucional no Brasil não
nos permite tomar conhecimento desses trechos da história", afirma professora
Aline Andrade.
O projeto desenvolvido na comunidade da Mussuca é realizado pelo Observatório de Educação, e conta com o financiamento
da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior-
CAPES.
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